Neste dia da(o) Assistente Social, 15 de maio, conversamos com a profissional da área, Fernanda Vicari, que tem DM Facio-Escápulo-Umeral e é Presidente da Agadim e integrante do Coletivo Feminista Helen Keller de Mulheres com Deficiência.
Segundo ela, o papel do Serviço Social dentro do contexto das distrofias não difere da atuação no cotidiano profissional.
A defesa dos Direitos Humanos, assim como o posicionamento em favor da equidade e justiça social, assegurando o acesso aos programas e políticas sociais, constitui a categoria profissional atuante na garantia de direitos, dentro de qualquer esfera e com qualquer segmento populacional.
Para saber mais sobre a profissão, as possibilidades de atuação e as oportunidades de melhorias no contexto social brasileiro, leia a entrevista completa.
1 - Qual o papel/atuação do Serviço Social dentro do contexto das Distrofias Musculares?
O papel do Serviço Social dentro do contexto das distrofias não difere da atuação que temos em nosso cotidiano profissional, uma vez que, a defesa intransigente dos Direitos Humanos, assim como “Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais” CÓDIGO DE ÉTICA, nos constitui como categoria profissional atuante na garantia de direitos, dentro de qualquer esfera e com qualquer segmento populacional, entre os quais, pessoas com Distrofia Muscular.
As vezes há confusão da população e fazer a diferenciação.
Assistência Social é uma Política Social, prevista a partir da Constituição de 1988 como um direito de todas cidadãs e cidadãos, assim como saúde, educação, etc.
Serviço Social é a profissão de nível superior regulamentada pela Lei 8.662/1993, também se constitui no curso de graduação, com nível superior e foi oficializado no Brasil mediante a Lei nº 1 989/53, ele é o curso responsável por formar Assistentes Sociais, que devem realizar seu Registro profissional junto aos Conselhos Regionais de Serviço Social, para que estejam em consonância com a Lei e possam atuar.
O que faz uma assistente social?
Nossa profissão é muito rica em possibilidades de atuação, isso em relação aos campos, que podem ser a própria Assistência Social, o sócio-jurídico, educação, habitação, saúde, previdência social, projetos sociais, empresas públicas e privadas, entre outros, e a partir da delimitação destes espaços, nosso fazer profissional se diversifica sendo, encaminhando ou orientando usuários para acesso a direitos sociais e políticas públicas, fazendo avaliações de possíveis beneficiários, elaborando, executando e avaliando projetos, realizando perícias sociais, participando do controle social, promovendo a autonomia de nossos usuários, etc.
2 - Você acredita que a Política de Assistência Social no Brasil garante os direitos às necessidades básicas das pessoas com deficiência?
A política de Assistência Social, assim como as demais políticas, consolidadas pela CF, em sua formulação são muito bem estruturadas, até mesmo, porque no momento anterior a Constituinte, o Movimento organizado de Pessoas com Deficiência, garantiu que estivéssemos contemplados em cada uma delas, mas infelizmente, vivemos em um país em que o básico de uns é diferente do básico de outros, e a desigualdade social é a maior responsável por isso. Com a precarização da política de Assistência, e repasse de recursos cada vez menores, garantir até mesmo os mínimos sociais, tem sido tarefa árdua para Assistentes Sociais que trabalham na ponta, que presenciam as situações de vulnerabilidade social serem negligenciadas cada vez mais pelo Estado.
3 - Quais as oportunidades de melhorias no contexto do atendimento e defesa dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil?
As melhorias referente ao atendimento de Pessoas com Deficiência, a partir do meu olhar profissional, seria de termos cada vez mais o segmento sendo abordado nos cursos de Serviço Social, numa perspectiva de Direitos Humanos, pois como AS com deficiência e militante, percebo entre as colegas desconhecimento sobre a temática, que se caracteriza principalmente em abordagem capacitistas.
4 - Qual a sua opinião e sugestões para quem quer seguir esta carreira.
Saibam que buscar uma formação Presencial, ao meu ver, faz total diferença no tipo de profissional que seremos, uma vez que, o Serviço Social se constitui como uma profissão em que a troca com demais colegas, docentes, é primordial nesse período de formação. Na minha fez toda a diferença. Tive professoras incríveis, e a nossa construção de acadêmicas e professoras foi uma parte importante da profissional que me tornei hoje, assim como ter conhecimento do Código de Ética, pois ele baliza nosso trabalho de forma muito diretiva e consistente.
Buscar atualizações, formações continuadas, também nos propicia uma atuação mais próxima do que vem sendo construído em termos de direitos e políticas públicas no Brasil.
Escolher um campo de atuação também é algo importante, já que este será nosso trabalho. Entendo que pelas questões sociais que enfrentamos, nem sempre podemos escolher onde, com que segmento trabalhar, mas no dia a dia, verão que faz total diferença.
Descrição #PraTodoseTodasVerem.
Início da Descrição: Em um card azul e branco vemos, no canto superior direito, uma imagem de mãos de duas pessoas brancas segurando umas às outras. Ao lado podemos ler a frase: “As melhorias no atendimento de Pessoas com Deficiência passam pela abordagem do tema nos cursos de Serviço Social. Como assistente social com deficiência e militante, percebo entre as colegas desconhecimento sobre a temática, que se caracteriza, principalmente, por abordagens capacitistas.” Abaixo da foto lemos 15 de maio - Dia do Assistente Social. E abaixo da frase temos a foto de uma mulher de cabelos cacheados castanhos. Ela está com os cabelos presos. Abaixo da foto lemos Fernanda Vicari, Assistente Social. Presidenta da AGADIM - Associação Gaúcha de Distrofia Muscular. E no canto inferior direito está o logo da ADB. Fim da Descrição.
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