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A fraqueza nos faz forte!

A Aliança Distrofia Brasil ADB recebeu um texto da Yanne Rafaela Oliveira que tem distrofia muscular de cinturas e achamos interessante compartilhar a sua experiência de vida para inspirar mais pessoas. Boa leitura e reflexão!


Meu nome é Yanne Rafaela Mendonça de Oliveira , moro em São Paulo (SP), sou médica clínica geral e atuo na área da psiquiatria, tenho 28 anos e tenho uma deficiência: Distrofia Muscular de Cinturas com defeito na proteína Disferlina.


Ter Distrofia Muscular de Cinturas é se sentir o mendigo que sai da cadeira de rodas andando no semáforo e todo mundo diz : não é aleijado olha! Rsrs


Calma eu explico , ter distrofia muscular de cinturas é sentir fraqueza no corpo, fadiga e quase todo doente passa pela aquela fase que pode andar, mas precisa da cadeira para longas distâncias, mas nunca se incomodou quando TODO mundo fica olhando o cadeirante levantar e sair andando do carrinho do mercado? Por essas e muitas outras situações eu passei pelos meus 15 anos de doença diagnosticada. Eu ainda posso andar, me formei em medicina em 2017 e atuo em unidade básica de saúde desde então.


No primeiro dia de aula me falaram: pensa bem que ainda dar tempo de desistir, o hospital não vai parar só porque você tem uma deficiência. É verdade, NADA parou porque eu tenho uma deficiência, fui expulsa de vários grupos de colegas médicos porque não podia dar plantão de 12 horas 3 vezes por semana e ainda ter aula o dia inteiro, ou seja, o excesso de trabalho e estudo fadigava meus músculos, mas FADIGA foi entendida por muitos como preguiça, migué, quebra mão e de grupo em grupo expulsa por não ser útil ao grupo, me formei em medicina com muitas feridas de preconceito.


A procura por emprego também foi cheia de desafios. Algumas empresas me fecharam as portas e não me contrataram para ser médica de família, pois precisa fazer visitas nas casas dos pacientes que muitas vezes moram em becos, vielas ou casas com escadas. E não poderia ADAPTAR a situação? Não, preferiram não me contratar.


Hoje sigo firme com clínica geral em uma empresa que presta serviços à prefeitura de São Paulo e me sinto acolhida por eles, graças a Deus.


Em relacionamentos também já enfrentei poucas e boas. Pretendentes que quando descobrem a minha deficiência simplesmente perdem o interesse e somem.... Ou ficam olhando meu corpo e vendo que não é igual a de uma pessoa "normal" , enfim....


No meio de tantas lutas sempre encontrei também gente do bem , namorados legais, empregos legais, amigos nota 1000 e pessoas que me fazem acreditar que a vida vale a pena e que a deficiência não me impede de ser feliz.



Relatei um pouco da minha história para falar para você que tem alguma deficiência ou distrofia muscular, que siga firme na busca dos seus objetivos e nunca desista dos seus sonhos.


A fraqueza nos faz forte!!!!!

Você é muito mais forte do que a distrofia pode te deixar acreditar!!!!

Que Deus esteja com todos vocês!!!

Vamos continuar a luta sempre!!!!




*As opiniões contidas neste texto não refletem necessariamente a opinião da Aliança Distrofia Brasil

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